sábado, 23 de maio de 2015

Uma história a mais para preencher um canto de cantos..

bom dia.. aqui vai uma história para você.. por que te entreter faz parte de tudo o mais que eu quero fazer por você.. (felicidades nesse dia tão especial)..

   Nossa história começa em uma noite povoada de tantos pensamentos que o motivo de esse blog se chamar diários de mundos paralelos acaba sendo facilmente explicado.
   Nossa história aqui contada não tem, na verdade, um começo exato. Não tem muitas coisas exatas. Acredito que um bom modo de explica-la seria começar dizendo que um personagem, talvez o mais precioso e importante para essa história, não é exato. Nem ao menos temos certeza do seu paradeiro. Espero que entendas com o decorrer da história.
 
   Fim do expediente.
   O jovem caminha rumo a mesa 9, no canto elevado, aquele canto que também é chamado de canto do café. Uma prateleira com livros está ali, um desenho de um buldogue mordendo a placa que contém o nome do estabelecimento se encontra na parede, desenhado a giz. Duas poltronas e quatro banquinhos compõem os móveis presentes no lugar. E em uma dessas poltronas está sentada a sua garota, mesmo a poltrona estando vazia.
   Ele se aproxima lentamente, desliza uma mecha de cabelo para traz da orelha da moça, de maneira doce, delicada. A aproximação é muito lenta. A moça está em um estado quase adormecido. Ele beija sua boca com carinho e sussurra em seu ouvido: "descansa enquanto limpamos o bar minha linda". Ela esboça um sorriso sem abrir os olhos e ele vira as costas para ninguém, pois não há ninguém sentada na poltrona da mesa 9.
   São alguns minutos de trabalho exaustivo para deixar tudo nos conformes, tudo no seu devido lugar, tudo limpo e pronto para o próximo dia. O jovem volta para a mesa 9, da um beijo na bochecha da moça, acorda ela delicadamente, senta em um banquinho ao lado da poltrona em que sua linda está sentada, entrelaça suas mãos enquanto puxa a menina para seu ombro por cima do braço da poltrona. Meio abraçado acaricia sua cabeça, desarruma seu cabelo, passa o indicador delicadamente por cada traço do rosto da sua menina, beija sua bochecha, sem reparar que não há ninguém sentada na poltrona da mesa 9.
   Algum tempo depois, o casal se levanta de mãos dadas, se despede dos operários que estão em volta, caminham para a escada que os conduzem para fora da fábrica. Chegando ao topo das escadas ele beija novamente o rosto da menina que já está completamente desperta. Caminham de mãos dadas, com passos lentos, sem pressa. Param para olhar uma vitrine, fazem um comentário, riem. Ele abraça os ombros da menina que prontamente levanta sua mão para manter seus dedos entrelaçados com os dele. Caminham assim até a moto dele, completamente felizes, e o jovem não repara que está sozinho na estrada, sem ninguém com ele.
   Quando chegam na moto ele a abraça com força, olha fundo nos olhos verdes da sua garota, fecha seus próprios olhos, se aproxima e dá um beijo apaixonado na boca de sua amada. Ela sorri. Seu sorriso enche o coração dele de satisfação e prazer. O jovem saca seu celular, coloca um adaptador, aqueles que transforma um p2 em 2, encaixa dois fones de ouvido, um para a moça e outro para ele. Ambos colocam os fones, ambos colocam os capacetes e ambos sentam na moto preta do jovem. Ele entrega o celular feliz para a sua menina alegando com um sorriso: "hoje a playlist é sua". Eles partem sem reparar que na moto o menino está sentado sozinho, e que ninguém está abraçando sua cintura nesse momento. Mas parece muito que sua menina está abraçando sua cintura. Mas não está. Mas parece que está.
   Eles seguem assim até chegar na casa do jovem. O menino e sua menina descem da moto, ele abre a porta de casa, guarda os capacetes, segura a mão da jovem e a conduz escadas acima rumo ao seu quarto. Ela vai para o banho enquanto ele arruma a cama para recebe-los. Quando ele ouve o chuveiro ligado, desce em direção a cozinha, prepara um chá de erva-doce, um suco de laranja natural e um copo de água. Traz tudo pro quarto quase ao mesmo tempo em que a menina sai do banheiro com banho tomado, cheirosa, agradável, seduzente. Ele a acomoda na sua cama, cobre-a com sua coberta, aninha-a, da um beijo no rosto dela e diz: "pode dormir, ainda preciso tomar banho. Gosto de você". Mais um beijo e vai para o banho sem reparar que não há ninguém deitada em sua cama.
   Depois do banho ele apaga todas as luzes, não lembra de reparar de qual copo a menina consumiu algo, sua mente está concentrada apenas em se aproximar dela. Entra embaixo das cobertas, ela está virada com o rosto para a parede, de costas pra ele. Ele se aninha devagar, com calma, sem perturbar a menina. Eles se encaixam, ele a puxa de leve pela barriga para mais perto dele, levanta a cabeça e sussurra no ouvido da moça: "gosto de você". Ela sorri, vira a cabeça na direção dele e deposita um beijo nos lábios do menino, que retribui instantaneamente em um beijo que se prolonga por uns bons cinco minutos. Eles voltam a se sentir extremamente confortáveis. Ele sussurra mais uma vez que gosta muito mesmo dela. Ela concorda com um leve movimento de cabeça. Quando ele se embriaga com o perfume dos cabelos da sua menina ouve ela sussurrar: "meu bem". Ele adormece sem perceber que está sozinho em seu quarto.
   Acorda mais cedo no otro dia, prepara o café da manhã, não sem deixar um beijo no rosto da bela adormecida, toma banho, prepara os ovos mexidos e quando vê, a menina desce com o olhar sonhador e meio leve de sono, lindo em outras palavras, caminha na sua direção. Cuidando dos ovos sente a menina o abraçar pelas costas, ainda de pijama. E ele sorri. Sorri sozinho, pois não há mais ninguém com ele na cozinha.

   E assim funciona minha cabeça e meus pensamentos todos os dias desde o dia em que falasse que ias tentar ficar comigo. Desde o dia em que me desses uma chance. Se soubesses o quanto penso em você, acreditarias em cada palavra que eu digo pra você e jamais esqueceria que eu gosto muito de você.

com carinho especial..

segunda-feira, 4 de maio de 2015

mas eu me lembro.. com K..

a minha cabeça não é nada boa.. não tenho grandes lembranças, confundo muito fácil os dias, as épocas, os anos.. tudo que falo sobre minhas lembranças acredito serem em épocas aproximadas.. não sei coisas com exatidão.. tudo é um embaraço na linha do tempo da minha mente.. acho que é por isso que me impressiono por saber de uma data..

dia 22 de agosto de 2014..

   Não sei o que aconteceu naquele dia todo não.. suponho que eu deva ter acordado em algum momento do dia, escovado os dentes em algum outro momento desse dia.. comi alguma coisa nesse dia também.. devo ter combinado algumas coisas com alguns amigos nesse dia.. mas não há nada que realmente esteja gravado sobre nada disso na minha mente.. eu simplesmente, não lembro..
   Acho que era nessa época que o André estava se juntando ao E!.. acho que ainda não era E!.. acho que era LGDI.. será que era nessa ordem? Lésbica Gay Drogada e Idiota? se a ordem está errada é sem querer.. já falei que não tenho boa memória né? e sim, eu era a lésbica.. pra variar um pouco.. o André era o idiota.. os outros dois integrantes são as anjinhas.. ai André.. saudades brow.. tais bem? me preocupo contigo rapaz.. vamos reerguer esse E! aí e vencer a vida juntos.. conta com todos nós.. as anjinhas ainda são o máximo..
   Fui convidado a ir nessa tal confraternização de começo de semestre das garotadas do curso de moda e tal.. nada de mais pra mim na verdade, mas era no ahoy.. o ahoy é legal.. saudades ahoy.. volta logo pra todos nós vai.. eu acho, assim, só acho mesmo, bem de achar, por que pode ser que eu esteja bem errado, mas acho, assim, né, acho, que fomos a pé da casa do André ate lá no ahoy.. a gente nesse caso somos eu e o André né.. mas pode ser que não tenha sido isso..

ta vendo como não lembro bem das coisas?

   Nem sei ao certo como cheguei no Ahoy.. na verdade não sei nem se eu já era amigo assim da Drogada.. é bem possível que não.. mas tanto faz.. Não sei se quando eu e o André chegamos às anjinhas já estavam lá ou não.. não faço idéia disso na verdade.. eu sei que você não estava.. como que sei disso? fácil.. nada de mais estava acontecendo.. supõem-se que quando você vai com um amigo para uma festinha de confraternização de começo de semestre de moda no ahoy, você e seu amigo estejam levemente preocupados em olhar o ambiente ao redor.. por que né gente, é moda.. faculdade.. juventude.. faz sentido.. mas nunca fui desses.. a bem da verdade lembro de ficar conversando com o André bastante tempo.. estávamos super colocando os assuntos em dia.. não lembro de outras pessoas além dele e das anjinhas que vinham e voltavam da roda de tempos em tempos.. e a noite começou assim..
   Não lembro das musicas que estavam sendo tocadas.. acho que era rock, por que era no Ahoy né, mas não tenho certeza.. na verdade, não faço ideia sabe? e olha que como sabes muito bem, sou músico e musicas não tendem a ser apenas musicas pra mim.. Não lembro se estava muito cheio ou não, se já tinha bastante gente de moda, se tinha bastante gente que não era de moda.. não sei de nada disso.. acho que nem reparei em nada disso.. acho que só estava concentrado nas conversas com o André.. sabia que acho que foi nesse dia que provei jurupinga pela primeira vez? e foi com a Gay.. mas não lembro disso.. pode ser que tenha sido nesse dia que tirei foto com a Gay em que eu estava de peruca.. é a foto de perfil do meu Twitter diga-se de passagem.. mas entende que pode ser que não tenha sido nesse dia? eu não lembro quando foi, mas não fui muitas vezes no ahoy, então pode ser que tenha sido tudo no mesmo dia..
   E foi no meio desse monte de nada que eu estava vivendo, desse monte de coisas indiferentes, que lembro mas não lembro.. que não sei até que ponto sei ou não.. dessas.. dessas coisas.. disso ai mesmo.. bem no meio disso tudo, que.. você.. entrou.. e é por isso, só por isso que eu sei que foi dia 22 de agosto de 2014 que eu te vi pela primeira vez.. só por isso eu lembro dessa data.. só por isso..
   Lembro da sensação.. de te ver e a cena mais clichê possível ter se retratado na minha frente.. lembro que os dimers foram equalizados de forma que um foco de luz estava sobre você.. iluminando-a.. e essa passou a ser a única luz presente no ambiente até o fim da noite.. esse foco foi te seguindo o resto da noite por onde quer que andavas.. junto com o foco iam os meus olhos e meus pensamentos.. junto com esse único foco de luz desfilavas de um lado para o outro.. com isso até da pra entender por que que eu tenho certeza que os outros reparam em você.. lembra do arco com orelhinhas de gatinha? ta, sei que não é um arco, mas não sei mais que que é.. minha cabeça.. não presta.. nunca lembro.. nunca lembro de nada.. mas lembra do arco? com esse tipo de relato acho que da pra entender o por que que eu tenho certeza que os outros reparam em você.. eu reparei, e eu não estava reparando em nada.. eu não buscava ver ninguém, não esperava ver essa menina linda desfilando pra cima e pra baixo.. quanto mais eu te veria se eu tivesse ido com esse intuito? todos vão.. eu sou a excessão.. e ainda vens me dizer que queres usar as orelhinhas? ai mas devias ter usado mesmo.. super combina com você.. eu diria, que, de alguma forma, como se fosse possível, ele exterioriza o que vejo em você..
   Lembro também do que aconteceu com o resto do ambiente.. ele se apagou.. não como se estivesse numa penumbra negra.. não, nada disso.. era mais como se ele tivesse se transformado em neblina.. as pessoas não tinham mais rosto, nada do que falavam eram palavras, eles estavam submersos nessa nuvem que rodeava o ambiente e consumia a todos, mas que não te tocava de jeito nenhum.. não.. a única coisa a te tocar era aquele foco de luz que realçava ainda mais sua beleza.. como se fosse necessário né.. realçar sua beleza.. realçar.. ai gente, começo a rir só com uma ideia besta dessa.. realçar.. não precisa realçar nada nela não vida.. ela já é perfeita e chama muita atenção assim.. mas aquele foco.. os pensamentos só vão assim..
   Acho que perdi o que o André estava falando nessa hora.. se não era ele que estava falando eu devo ter tropeçado nas palavras fácil fácil.. acho que falei algo do tipo: "meu Deus.. ai meu Deus que menina mais linda".. não sei se ele pode confirmar ou negar isso.. mas acho que falei e que ele confirmou.. aliás.. todos confirmam.. sei que vens com essa de: "você falou pra eles falarem.. ai eles nem falaram isso.. você pediu pra ele vir falar comigo" mas nada disso aí é verdade não.. as pessoas te acham bonita.. muito diga-se de passagem.. eu acho a maior gata né.. super sabes disso.. e dai tem todo esse mimimi? deixo passar por que né, é o que tenho que fazer.. eu fico pensando, quando começas com essa de não acreditar, se não tens o costume de se olhar no espelho.. mas lembro também que roubei seu celular esses tempos e tinham fotos suas.. aham.. tinham sim.. ou seja, sabes que és linda.. é bem óbvio.. faz sentido pra mim.. quero aquelas fotos.. quero todas elas.. fotos.. fotos são legais.. vou deixar aqui registrado que eu acho que mereço elas..
   Fotos.. queria alguma foto daquele dia.. sua claro.. não consigo lembrar que roupa usavas.. acho que tinha algo branco, mas pode ser que não também.. não consigo lembrar mesmo.. lembro das sensações.. lembro do que vi acontecer.. lembro que eu fiquei muito, muito, muito feliz quando vi que conversavas com a Drogada.. era uma porta.. naquele dia meio que foquei junto com o foco de luz em você e lá fiquei.. lembro disso tudo em um mundo que eu nunca lembro de nada.. não sei se consegues perceber a importância disso.. não sei se isso tem alguma importância.. mas eu lembro.. lembro de você..
   Sobre lembranças, lembro que vi uma imagem meses depois na internet em que o rapaz acorda pensando na moça, toma café da manhã pensando na moça, vai pra aula pensando na moça, almoça pensando na moça, joga video game pensando na moça, janta pensando na moça, lê pensando na moça, fica nas internets pensando na moça, escova os dentes pensando na moça, vai dormir pensando na moça e termina com uma frase: if you live like this, you're fucked".. super entendi.. é sério que eu ri bastante também.. acho que mandei a imagem pro E! ou pras anjinhas.. todos rimos.. mas era a verdade e todos sabíamos disso.. lembro disso.. não lembro de nada, mas há coisas, talvez pelas sensações, que eu consigo lembrar fácil..
   Lembra do sonho que sei dos detalhes? eu sei por que lembro dos detalhes.. por que minha cabeça baseou a grande maioria dele em coisas que havíamos vivenciado de maneira parecida no dia anterior.. e por isso eu lembro dos detalhes.. por que ainda conseguia sentir você repousada em meu ombro.. por que ainda lembrava do seu cheiro.. do perfume delicado que desprendia de seus cabelos.. ainda lembrava de detalhes que se incorporaram no meu sonho.. e é por isso que eu lembro dele, do sonho..
   Terminar? eu não consegui explicar o que eu senti quando te vi.. eu tentei.. mas ainda não está bom.. é sim mais profundo que isso e continua estando mal escrito.. mas melhorou, e não consigo ficar com essa pendência em minha mente muito mais tempo que isso não.. então encerrarei por aqui, visto que ainda sou incapaz de fazer algo melhor.. vou continuar lendo, relendo, estudando os mistérios das línguas para tentar arranjar expressões melhores.. o texto todo não parece muito simplista? é por que ele está simples, muito simples.. e as vezes meio superficial.. eu ainda preciso aprender a escrever esse texto em especial..
   Mas viu, tenho que terminar com a frase certa..
 
   Eu me lembro de você..

   (escrevi e apaguei a última palavra.. ainda não estás pronta pra ela..)




terça-feira, 28 de abril de 2015

i've been trying so hard and for so long time..

eu tenho tentado tanto, e por tanto tempo, que acho que perdi o dom.. se é que era um dom..

olha só.. não são grandes coisas.. dois textos, nada de mais.. dois relatinhos de duas noites.. relato da noite que te vi pela primeira vez.. relato da noite que te observei estático enquanto estavas a dançar.. e não consigo escreve-las.. digo.. consigo.. mas não me satisfaço.. toda tentativa é frustrante demais.. toda vez que sento e tento quero jogar 85% do que produzo em um incêndio.. por que sério.. não faz jus..

parece simples.. parece.. como posso dizer.. é apenas um relato entende? mas quando fica mais ou menos bem escrito não fica intenso o suficiente.. quando fica intenso não da pra ler nada.. sério.. é intragável.. tentei apelar e roubar frases daqui e dali, pedaços de música, pedaços de poemas, pedaços de tudo que se possa imaginar.. mas não flui.. não.. como posso dizer de novo.. não fica nem um pouquinho aceitável.. nem perto do que eu quero..

eu já deixei de ser exigente a tempo.. vai dar um ano que tento escrever o primeiro, e nada sai.. nada.. ssa bosta.. e olha que as imagens estão gravadas inteirinhas na minha mente.. é só por pra fora.. já abordei assuntos mais delicados, mais tensos, mais sentimentais, mais pesados e tudo o mais aqui.. e esse não sai..

22 de agosto.. uma noite agradável.. só relatar.. só.. e nada..

tentar expressar o que meus olhos viram em duas noites nunca pareceu tão complicado, principalmente por que tento fazer jus ao que eles viram.. e clichês não conseguem me ajudar nisso.. por que fica simplório.. fica rude até.. eu preciso de palavras.. to até lendo mais e de novo pra ver se as encontro.. voltei pro Zafón, e em espanhol.. acreditas? é tipo pegar o super trunfo das literaturas.. e quando vou escrever, nada presta..

estou até decepcionado comigo..

descrever a delicadeza de uma dança, o que acontecia ao redor, a densidade da atmosfera.. complicado viu?
descrever como roubasse a cena, como do nada um lugar cheio ficou povoado por apenas você e o restante ficou nublado.. muito complicado viu?
(até lendo essa tentativa de explicação me soa bem.. poxa.. bem pobre.. bem desconexo)..

por bem a mim mesmo eu preciso continuar tentando.. por que escrever faz parte de mim.. e estou travado com isso na cabeça.. parece um bloqueio que tenho que superar.. e eu vou.. apenas me dê mais tempo.. (essa de dar tempo sou eu falando pra mim mesmo que preciso de mais tempo.. até por que não queremos que saiam mais palavras inúteis que não demonstram a beleza dos eventos.. no caso, que não demonstrem você)..

amanhã talvez eu tente de novo..
ou talvez depois de amanhã..
um dia chego lá..

provocação: a foto poderia ajudar, sabia?



terça-feira, 3 de março de 2015

eu obtive o sucesso.. alcancei o desejado.. e ninguém pode lidar com ele..

eu tenho alguns segredos.

descobri recentemente que tive exito em algumas coisas da minha vida.
não todas.
só algumas.
talvez algumas poucas.
mas,
(vírgula),
assim,
(vírgula),
eu realmente não havia percebido que eu tinha conseguido ter exito em algumas coisas.
mas eu tive.

mas,
(vírgula)
eu tive.

existe em algum lugar uma espécie de poema
violente e sangrento,
quase masoquista,
quase intragável de tão lento.

ele foi escrito com gotas de sangue extraídas de forma dolorosa e lenta,
extraídas pelo próprio processo descrito no poema.
não lembras?
não relembrarei por ser tão preciso em seu tema.

na época não acreditaria que o mesmo viria a se tornar um ser.
é como um autor que cria um personagem verdadeiro demais pra ser de verdade.
ele era tão supremo em sua forma de ser um ser
que jamais acreditaria que ele viria a deixar de ser apenas uma mentalidade.

eu tive sucesso.
obtive o sucesso dessa violência aguda e extrema relatada de maneira lenta.
eu não deveria te mostrar nada disso mesmo que eu tivesse que mostrar
por que esse tipo de sucesso acaba com a alma e a ensanguenta,
embirrenta,
fragmenta,
é uma ferramenta lamacenta que incrementa cinquenta tardes cinzentas ou noventa noites fumacentas,
barulhentas,
violentas.

não que eu algum dia pensei em apresentar isso,
não pensei nem em apresentar a/o diários,
afinal, pra que eu iria incentivar tal compromisso?
até parece que alguém seria capaz de aceitar tais níveis de desafios.

um dia achei que eu poderia sair sem mascaras,
pelo menos na noite,
eu achei mesmo que estava exagerando no começo das notações.
nem eu acreditava em todo esse açoite.

para onde foi a compaixão desenfreada que habita em mim e supostamente em ti?
para onde eu irei se a compaixão que procuro em ti vejo apenas em mim?
se estás confortável no seu lugar recebendo seus cuidados,
se não posso contar contigo então quem me acompanhará até o fim?

minhas memórias nunca estiveram tão vivas a me atormentar.
prende-las durante tanto tempo,
que tipo de burro prende um monstro que se auto alimenta de si mesmo
cresce, aprende e perambula pseudamente trancado a esmo?

sabia que esse dia chegaria,
o dia em que tudo se tornasse sentimentos,
em que tudo que eu olhasse seriam meus pedaços se voltando pra mim,
envoltos em pensamentos,
incendiamentos,
enegrecimentos,
demoníacos maquinamentos,
ultrajamentos,
infrutíferos ferimentos.

ninguém,
ninguém,
ninguém,
ninguém quer viver com esse alguém.

amaldiçoado e condenado pelo seu próprio criador.
minha memória me joga e lança e joga e lança para além.
por que é tão difícil?
por que está tão complicado e tão difícil?

você não precisa dizer que entende,
mas por favor se você quiser entender,
talvez,
por favor,
um dia...
(reticências)

você não precisa dizer que entende,
mas por favor se você quiser entender,
talvez,
por favor,
um dia...
(reticências)..

você não precisa dizer que entende,
mas por favor se você quiser entender,
talvez,
por favor,
um dia...
(reticências)..

eu quero uma cura.
(ponto)
assim como você,
sinto dor e insegurança,
(ponto)
assim como você,
quero carinho e atenção,
(ponto)
assim como você,
não quero viver preso ao chão.
(vírgula?)

você não precisa dizer que entende,
mas por favor se você quiser entender,
talvez,
por favor,
um dia...
(reticências)..

esse rock alimenta a lepra que me corrói a mais de 6 anos.
alimenta essa lepra que me corrói.
alimenta essa lepra que eu criei.
sim.
(ponto).
sou leproso.
(ponto)
sou leproso de corpo, alma e espírito.

deal with it..

you don't have to say that you want to,
but babe please if you want to,
someday.

you don't have to say that you'd love to,
but they'd be pleased that you want to,
someday.




quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

and it is a game.. and a god dam rule..

   Eu sei, eu sei.. e aqui estamos de novo divagando sobre o amor (o que, como já deixamos claro em inúmeras postagens, é tudo por ou para ele) e mais uma vez devemos concordar que:

   - ah meu deus! é um maldito jogo!!

   Óbvio que não temos dúvidas sobre.. bem, qualé, devemos ter tipo, ah, todos os blogs do mundo confirmando isso?
   
   - Ow! Mas não estás falando sério. Até você?

   Mas é claro que ah-meu-Deus eu estou falando de maneira totalmente séria!
   Veja por esse lado:

   Temos duas pessoas..
   Três na verdade.. mas como uma é o "protagonista", não vamos contar com ele.
   Eeeee? Que os malditos jogos comecem!! Matem-se.
   Buscas uma pipoca, refrigerante diet (não sei bem por que alguém inventou refrigerante diet! céus! é nojento!), sente-se e aproveite o show! enjoy the history! fale da maneira que dizer, que se dane!

   Como todos os jogos, precisamos de regras. Ligue pra ela no terceiro dia, não durma com a irmã dos brows, destile charme, tudo isso. Temos ainda que arcar com a concorrência. Como todo jogo, não é bem ser o melhor que conta. Todo jogo tens os seguintes pontos: você treina, estuda o jogo, suas táticas, maneja o melhor possível de todos os artifícios que englobam o mundo do jogo, por que?  Por que tens a maldita concorrência!! Vais fazer o que com ela?? Tens que vencer!!
   Tem também uma regra que eu particularmente odeio! Odeio tanto que odeio de paixão.. Ela diz o seguinte: 
    
   Regra X:
   Artigo 1: sempre que estarás interessado em alguém, demonstraras isso de maneira óbvia e não intencional, de modo que o outro saberá mesmo que em um nível de inconsciência e te menosprezará eternamente por isso.
   Artigo 2: quando alguém demonstrar esse mesmo nível de interesse por você, menosprezarás o indivíduo eternamente mesmo que em um nível de inconsciência.
   Artigo 3: se estás interessado em alguém e outro ser, um terceiro indivíduo estiver interessado em você, estás fora do jogo por não conseguir arcar com o menosprezo do indivíduo um e como você como segundo indivíduo sabe o quão ruim o menosprezo pode ser, não conseguirás menosprezar de maneira necessária o terceiro indivíduo, fazendo com que não estejas mais capacitado de participar desse jogo.


   Não tem o que fazer! É o fim! tem tantas regras que não tem como participar de maneira limpa disso.

   Eu ainda vou aprender a burlar todas essas regras, mas elas estão tão bem construídas!

   Meu Deus, Que Jogo Chato da P*rra!

   Ow, nesse caso entras direto no setor OOTG.. isso, o setor dos Out Of The Game.. pra mim poderia ser OOTFHSG.. Out Of This Fucking Horrible Sadist Game..

   Ainda vou ser um bom jogador.. até lá.. hmmmm.. vejamos.. aé..
   SUIT UP!!
   ;)


quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

that feeling..

   Mesmo estando em meio ao campo de batalha, o feito miraculoso de Ruff Ghanor fora visto. Vários defensores do mosteiro haviam presenciado ele bater com o martelo no chão e fazer a terra tremer. Ruff sentia os olhares longos sobre si mesmo, notava que conversas aos sussurros eram silenciadas quando ele se aproximava.
   Todos sabiam que ele era o garoto achado na montanha, tantos anos atrás. Todos sabiam que ele recebia do prior um treinamento muito mais duro. E agora tudo se combinava na mente do povo para criar uma aura de maravilha ao redor dele.
   Ele era Ruff Ghanor, o filho da montanha. Ruff Ghanor, com uma marca de nascença nas costas. Ruff Ghanor, que lutara ao lado do prior contra o general morto-vivo. Ruff Ghano, que fazia a terra se abrir para engolir os inimigos.
   Para si mesmo, ele era Ruff Ghanor, incapaz de ajudar a garota que amava.






***

de "A Lenda de Ruff Ghanor", Leonel Caldela.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

tenho medo..

***

Continuação de: http://diariosdemundosparalelos.blogspot.com.br/2014/03/eu-bem-que-te-avisei.html

***


   John. O jovem.




   Depois de seguir por mais alguns quilômetros na via de alta, finalmente o jovem conduz o carro até a pista da esquerda, cruzando a via e entrando em um pequeno desvio. Nenhuma indicação se apresenta durante o caminho, ele apenas segue pelo asfalto mal acabado, completamente seguro da direção em que tomou. Depois de seguir por aproximados 10 quilômetros ele finalmente chega a um pequeno povoado, onde o Opala diminui a velocidade mas não o volume do som. O povoado é composto por paralelepípedos desde a sua entrada, passando pelo centro de casas antigas com aparência aconchegante, até seu final. Um posto de gasolina está posicionado no fim dos paralelepípedos, e é para lá que o jovem se dirige.
   Após estacionar o carro ao lado da bomba ele o desliga. E desliga o som. O rock para. O silêncio predomina. Durante 10 segundos pelo menos.
   Então, resmungos começam a surgir do porta malas do Opala preto, resmungos altos, desesperados.
   O jovem desce do carro, caminha sorridente até um senhor de meia idade que sai da pequena conveniência do posto. O senhor e o jovem se encaram durante um tempo, sem mostrar nenhuma reação. Os resmungos continuam vindo da mala do carro.
   O senhor lembra um verdadeiro lenhador. Uma camisa xadrez vermelha e preta meio amarrotada, um jeans velho e um boot formam seu visual que combina muito bem com uma barba longa e fechada num rosto sério e vencido pelos anos.
   Então o senhor sorri de volta, ignorando todos os resmungos que vem do carro estacionado, abre os braços e diz:
   - John.
   John da uma risada juvenil para o senhor lenhador e abraça o homem com vontade. Ambos riem abraçados por um tempo até que se afastam, o homem o segura nos ombros dizendo:
   - Caramba jovem, já faz um tempo ein?!
   John ainda sorrindo responde:
   - Olá senhor Martin. Sim, faz um bom tempo que não venho pra cá.
   O senhor solta seus ombros e indica duas cadeiras de madeira na frente da conveniência dizendo:
   - Vem jovem, vem. Sente-se, vou buscar uma cervejinha para nós dois.
   Sua voz é velha e rouca, desgastada pelos anos. Enquanto ele se encaminha para as cadeiras, quatro crianças aparecem correndo pela rua diretamente em sua direção gritando seu nome:
   - John.
   - John.
   - Oi John.
   - John.
   Sorridente ele se vira, corre na direção da garotada que faz um círculo a sua volta e ele abraça a todas.
   - Carla, Vinícios, Ana e Júlio. Meu Deus. Fico alguns poucos meses fora e vocês triplicam de tamanho?
   Todos riem, e a mala do carro resmunga agoniada. Então John pergunta:
   - Me falem, o que vocês tem aprontado enquanto eu estava fora?
   Carla rapidamente aponta para um garoto mau humorado do outro lado da vila sentado em frente a uma das casas e fala:
   - O Júlio jogou água no Playstation dele.
   Júlio levanta os olhos sorridentes, abre um sorriso banguela, todo confiante, e lança uma piscadela para John.
   John responde a piscadela como cúmplice rapidamente antes que o senhor Martin apareça novamente fora da conveniência exclamando com as crianças:
   - Ei molecada, vão já brincar! Parem de perturbar nosso querido jovem John.
   Todas as crianças resmungam em uníssono, mas concordam, abraçam o jovem e saem em disparada pela rua.
   - Essas crianças - começa o senhor - não sei como não se cansam. Estão virando o povoado de cabeça pra baixo. Vem, sente-se.
   O jovem caminha em direção ao homem, pega uma das cervejas em sua mão, uma Bud. Ambos abrem na camisa ao mesmo tempo, brindam quando chegam as cadeiras, se sentam e dão uma boa golada. Relaxam, e após um minuto de silêncio e de um carro que resmunga o tempo todo, o senhor aponta para o carro com a cerveja questionando:
   - E o que é isso?
   - Um Opala.
   O jovem lança um sorriso maroto ao senhor.
   - Muito lindo por sinal. Andei num desses uma vez, mas não com esse Blower aí. Anda bem?
   - Nossa! Nem imaginas o quanto!
   - E todos eles vem resmungando?
   - A não! isso só o meu.
   Ambos trocam um olhar confidente, sorriem, e o senhor pergunta:
   - O que estás aprontando meu jovem?
   - Estou cumprindo uma promessa.
   O senhor, olha para ele intrigado.
   - Uma promessa? Que tipo de promessa envolve um Opala que resmunga?
   O jovem sorri, mas responde:
   - Na verdade, a promessa envolve apenas os resmungos.
   O senhor resmunga concordando.
   Ficam em silêncio mais um tempo, então o jovem se levanta, da uma última golada na cerveja, poem a garrafa no braço da cadeira, começa a caminhar para o carro e diz:
   - Sabes se a minha Ana passou pela vila recentemente?
   Ao que o senhor responde:
   - Ah! Passou sim. Andou comprando algumas coisas na mercearia.
   O jovem pega a mangueira de gasolina da bomba e começa encher o tanque.
   - Aposto que ela não comprou cerveja.
   O senhor ri.
   - Ela nunca compra né?
   O jovem sorri.
   - Não. Me consegues duas caixas?
   O senhor se levanta.
   - Uma de Bud e uma de Heineken?
   - Uhum.
   - Um Sampoerna de cravo e um Camel também?
   - Uhum.
   - Então o fim de semana promete.
   - Uhum.
   Ambos se encaram até que o homem entra de novo na conveniência.
   John termina de abastecer o carro, coloca a mangueira na bomba e quando se vira o senhor já está voltando com duas sacolas.
   - Só para saberes, meu jovem, que estão geladas.
   - Maravilha!
   O jovem pega as sacolas, abre a porta, coloca tudo no assoalho atras do assento do motorista e se vira de novo para o senhor.
   - Obrigado por tudo Martin.
   - Que isso.
   - Acerto tudo na volta. Pode ser?
   O senhor faz um olhar intrigado para responder:
   - Deus me livre garoto! Tais maluco? Você nunca vai pagar nada que vier daqui! É tudo por conta da casa.
   - Não não Martin. Por favor. Eu insisto.
   - Jamais vou receber algo de você. Por favor, fique como gratidão minha.
   O jovem assente e entra no carro. Liga o carro, o som, abaixa o vidro e sorrindo diz:
   - Obrigado então. Até mais.
   O senhor acena com a cabeça para a mala do carro:
   - E juízo para você meu jovem.
   O carro arranca, sai do posto, desse da estrada de paralelepípedo que agora se torna de barro e segue cada vez mais ao interior de um lugar nenhum, que é para onde o jovem se dirige.
   Em pouco tempo a paisagem muda. Tudo o que se vê são colinas, pastos, plantações e animais. Ovelhas, carneiros, bois, vacas, cavalos. Ao longe um armazém vai passando, cercas vivas, cercas mortas, cercados eletrificados. E é nesse ponto que o jovem desliga o ar-condicionado, abaixo os vidros e respira o mais fundo que consegue.
   Abaixa uma marcha, pisa fundo, o carro ronca alto com a traseira se soltando no excesso de pressão que o motor exerce sobre os pneus. Cortando as curvas, o carro derrapando levemente enquanto a poeira segue a mancha preta pela estrada e os únicos que assistem são alguns carneiros e bois que mal levantam a cabeça para ver o carro passar. Então em uma curva ele entra forte demais. No desespero de ver que pode ir reto baixa mais uma marcha, pisa fundo, a frente aponta para a parte de dentro curva, ele esterce o volante para o lado oposto, o carro deslizando em um drift sensacional, até que a força da tração não vence o grau da curva o a traseira avança demais para cima da dianteira que segue girando para o lado errado. O carro descreve um 180 que levanta poeira adoidado e por pura sorte o jovem cola o pé no freio no momento exato para que o carro pare a centímetros da cerca de arame farpado. A poeira envolve o carro que agora está posicionado para o lado errado.
   O jovem respira fundo, desliga o carro e abaixa o volume do som. Caralho. Suspira aliviado. Meu Deus. Os protestos que vem da mala ficam cada vez mais agoniados. Meu Deus. Que merda. Se isso foi assustador pra mim, o que será que ele está pensando?
   John abre a porta do carro, pega duas heineken's atrás do assento e ele tinha razão, estão bem geladas, e caminha para a traseira do carro. Poem as duas cervejas no chão, respira fundo mais uma vez e abre a mala do carro.
   Dois olhos aterrorizados e esbugalhados, injetados de ódio fazem a recepção. O menino começa a se debater e a resmungar injurias ininteligíveis através da mordaça enquanto que o jovem ergue um dedo pedindo silêncio. Quando o menino finalmente se acalma o jovem fala:
   - Eu vou tirar a sua mordaça. Quero que entendas que se tentares alguma gracinha, eu te arrebento. Estamos no meio de lugar nenhum, cercado apenas por animais. Não há ninguém por quem pedir ajuda por 10 quilômetros em qualquer direção. Se começar a gritar e me torrar o saco, recoloco a mordaça.
   O menino pisca os olhos injetados e o jovem prossegue com calma:
   - Estamos entendidos?
   O menino pisca novamente, tomado de raiva, e acena positivamente com a cabeça.
   - Então, Lucas - começa o jovem - sei que consegues se encostar aqui na lateral do porta-malas, então sente pra cá, ta bem?
   O menino sem muitas opções, senta no canto aberto da mala e o jovem segura a fita com um dedo.
   - Quando eu contar até 3. Oks?
   O menino assente.
   - Um - e num movimento rápido e repentino arranca a fita toda de uma vez.
   O menino grita!
   - Caralho seu viado filho da puta! - mas antes que conseguisse pensar em qualquer outra coisa, John lhe acerta um tapa na lateral do rosto. O menino espantado olha com raiva para o jovem impassível que fala com muita calma:
   - Nunca, nunca mais fale assim comigo.
   O menino permanece quieto.
   - Alias, trouxe uma cerveja pra você. Então, se você não quiser fazer mais idiotices, tiro sua algema e te entrego a cerveja. Preciso repetir que não tem sentido tentares alguma coisa?
   O menino pisca. Pisca muitas vezes, mas quem fala é o jovem:
   - Agora não tens mais fita na boca. Podes responder.
   O menino pisca, e abre a boca. Fica assim durante uns 3 segundos e fecha de novo. Depois torna a abrir e pergunta com uma voz fria:
   - O que diabos, queres de mim?
   O jovem não responde.
   - Fala seu viado filho da - mas outro tapa acerta seu rosto em cheio antes mesmo de terminar a frase. Ele solta um arquejo de dor e sua raiva inflama. - Cacete! Qual teu problema?!?
   O jovem não responde.
   - Seu maluco sem noção, o que queres de mim?
   O jovem não responde.
   - Me responde, caralho!!
   Então o jovem desiste e fala:
   - Trouxe uma cerveja pra você. Então, se você não quiser fazer mais idiotices, tiro sua algema e te entrego a cerveja. Preciso repetir que não tem sentido tentares alguma coisa?
   O menino incrédulo olha para o jovem como se tivesse olhando para um animal exótico e se rende:
   - Ta! Merda! Que seja! - ele se vira ficando de costas pro jovem - Tira logo essas algemas do caralho.
   O jovem suspira pensando algo como precisa mesmo falar tudo dessa maneira? mas poem a mão no bolso e tira as chaves da algema. Abre com calma, tira as algemas e se afasta um passo para ver a reação do menino que ainda está preso pelas pernas. O menino se senta novamente virado pra ele e depois de um tempo ergo os braços exasperado:
   - E então?
   O jovem avaliando rapidamente a situação, se abaixa, pega as duas cervejas e entrega uma para o menino. Eles abrem na camiseta e dão uma boa golada. Já é minha segunda em tão pouco tempo e com pessoas com quem faz tempo que não bebo. Que vida hein. O menino então pergunta com mais calma:
   - Não vais me falar mesmo o que está acontecendo?
   O jovem olha para ele meio incrédulo e responde:
   - Eu já falei o que precisavas saber.
   Aí o menino Lucas não suportou mais:
   - Escuta aqui!! Seu idiota de merda!! Quem tu pensa que é?!? Que porra achas que estás fazendo?!? - o jovem fecha o rosto e se afasta um passo para o outro lado da mala do carro - Que merda de promessa é essa?!? Prometesse algo pra quem?!? Pra Lisa?? Pra Puta que o...
   O jovem abaixa a tampa da mala com força que bate na cabeça do menino Lucas que protesta na hora:
   - AI CARALHO! PORRA!
   John, o jovem, responde com calma:
   - Acho que deu de cerveja por enquanto. Se colaborares e deitares posso fechar mais fácil.
   - PORRA!! QUE MERDA CARA!! QUAL TEU PROBLEMA?!?
   - Já falei Lucas. Acho que deu de cerveja, se abaixa.
   - Não não não!! Não é assim que isso vai ficar.
   O jovem ameaça abaixar a tampa mais uma vez e o menino reage:
   - Ok Ok! - ele se deita - Satisfeito? Filho da - mas o restante da frase fica absorta na pancada que o jovem da com a tampa ao fechar a mala do carro.
   Ainda tenho uma cerveja pra terminar. Ele que termine a dele no escuro.
   Então ele termina de beber a cerveja escutando um carro xingar e praguejar sem parar. (seu viado filho da puta do caralho imprestável de merda e blá blá blá).
   Termina a cerveja, leva a garrafa pra dentro do carro, coloca no porta-copos, liga o carro, da a volta e segue em direção a um lugar nenhum.